Milonga: o azeite de oliva gaúcho que conquistou o mundo

    Os frutos do canto gaudério com raízes em Triunfo

     

    Para o consagrado compositor argentino, Atahualpa Yupanqui, as formas da Milonga seriam tantas quantas fossem as maneiras possíveis de tocá-la. Representação da tradição gaúcha e gênero musical mais enraizado da cultura do estado, a milonga ganha outra forma de ser tocada, pelas mãos de Christian Vogt. O resultado não é sonoro como um conjunto de acordes e versos, mas palpável, assim como a terra gaúcha. Do mesmo modo que a música, o azeite de oliva Milonga surge da paixão e da vontade de compartilhar sensações. A milonga tocada, torna-se Milonga palatável, dando sabor à mesa dos gaúchos e do mundo.

     

    As raízes rurais do azeite de oliva Milonga

    CEO e Sommelier da Milonga, Christian Vogt tem suas raízes no rural. Nascido e criado em Salvador do Sul, Rio Grande do Sul, durante a infância conviveu com o ofício da família, que sempre manteve a criação de gado, porcos e aves. Foi assim que despertou o interesse pela parte técnica dos processos rurais e seguiu caminho para formação em engenharia, concluída em 2006.

    Hoje, além de comandar a Milonga, situada em Triunfo, a cerca de 70 km de Porto Alegre, possui MBA em gestão de projetos e trabalha na função. Vogt também é membro da empresa familiar Celebra Alimentos, que além da produção de cordeiros (Celebra Gourmet), é dona da marca Azeite Milonga.

     

    O nascimento de uma paixão

    Em uma viagem a trabalho, em 2011, para Gênova, Itália, Christian Vogt despertou o interesse pelo azeite de oliva pela primeira vez. Convidado à degustação por um produtor local, ele sentiu sabores e aromas diferentes de tudo que tinha provado no Brasil. Na tentativa de reencontrar essa sensação, no retorno à sua terra natal experimentou diversos azeites, mas não encontrou o que procurava. Em 2015, com o crescimento da produção no país, Vogt resolveu aprimorar o conhecimento adquirido.

    De lá para cá, uma biblioteca foi construída em sua casa com tudo sobre o azeite, do preparo da terra ao armazenamento final do produto. Foi para a Espanha estudar, concluiu cursos de sommelier na Itália (IRVEA – Istituto per la Ricerca e la Valorizzazione delle Eccellenze Agroalimentari – 2018) e nos Estados Unidos, na International Culinary Center (ICC) (2019), além  da sua formação como Mestre de Lagar. Hoje, a busca por conhecimento forma a base que concretiza o principal objetivo de Christian: compartilhar com o mundo o sabor que só pode ser encontrado em um azeite de qualidade, fresco, feito a partir de azeitonas bem cultivadas.

     

    O Continente, O Retrato e O Arquipélago

    Com o primeiro plantio realizado em 2017, a primeira garrafa de Milonga foi rotulada em 2019, com o lançamento da linha O Continente. O nome faz referência a uma das maiores obras literárias brasileiras, O Tempo e o Vento, de Erico Verissimo, que descreveu a história e a formação da terra gaúcha. Hoje, o azeite de oliva Milonga oferece a linha O Retrato, sequência da história de Verissimo e que garante a procedência do cultivo de 100% do pomar da Milonga,  terroir de Triunfo.

     

    A linha O Retrato conta com os azeites

    • Koroneiki: bastante equilibrado entre alto amargor e picância, com sabor e aroma que lembram folhas de tomate, ervas, pimentão verde e rúcula;
    • Arbequina: delicado e suave. Traz novas verdes e notas florais, lembrando casca de banana e maçã dourada;
    • Arbequina / Coratina: Combina a delicadeza floral do arbequina com a picância e o amargor da Coratina.

     

    A produção: diferentes azeitonas, variados tratamentos

    Existem cerca de 2 mil cultivares de oliveiras no mundo. Na Milonga são produzidas azeitonas da variedade Arbequina, Koroneiki, Coratina, Picual, Arbosana, Galega e Frantoio. Cada uma delas possui características diferentes e exige cuidados especiais que trazem diferentes características sensoriais. É possível também misturar as variedades de azeitonas, criando misturas, blends, com sabores e aromas inéditos. Atenção aos detalhes como a cor do pano utilizado para a colheita, para evitar aumento de temperatura, o tipo de caixa utilizada para transporte das frutas, a fim de evitar o processo de fermentação, a temperatura para processamento e demais cuidados que vão do solo ao lagar, são prioridade para a Milonga, que prima pela qualidade do resultado final.

    O método utilizado na produção do Azeite Milonga, permite que a planta esteja ventilada e bem iluminada, reduzindo fungos e o número de tratamentos necessários. O foco na qualidade é recompensado com uma curva de crescimento que acompanha a idade e maturação do pomar. Em 2022 foram 8 mil litros de azeite produzido e, na safra de 2023, são 10 mil litros no ano. O aumento será gradual, com expectativa de alcançar os 25 mil litros por ano até 2027.

     

    Caminhada pela qualidade: uma obsessão

    Além de todo conhecimento necessário para produção de azeite, também é preciso traçar estratégias, afinal, como defende Christian Vogt, “não existe fórmula pronta para um azeite de qualidade”. Dessa forma, o trabalho em busca do melhor azeite possível começa literalmente pelas mãos dele. De ponta a ponta do terreno Vogt caminha para descobrir os principais os próximos pontos de colheita e definir estratégias.

    Experiente, com apenas uma das mãos recolhendo as azeitonas frescas e o olhar sempre atento nas próximas árvores a serem manuseadas, Christian realiza a sua caminhada diária. Nos meses de dezembro e janeiro, quando a maturação acontece de forma mais rápida, o sommelier, em cada caminhada pega de 100 a 200 frutas para análise de maturação e planejar a data perfeita para a colheita . A partir de fotos, medição de tamanhos, classificação e observação, cada leva de azeitonas recolhidas é um dado a ser estudado para os próximos passos.

     

    De Triunfo para o mundo: Prêmios EVO IOOC Italy 2022 e 2023

    Na primeira vez inscrito em uma competição, o azeite de oliva Milonga foi premiado como um dos melhores azeites do mundo. O prêmio EVO IOOC Italy 2022, um dos concursos de azeite mais importantes do mundo, consagrou a Milonga Arbequina, dentre mais de 700 azeites avaliados, como o melhor azeite do hemisfério sul. O blend Arbequina / Coratina recebeu destaque com medalha de ouro e o rótulo Koroneiki também foi lembrado, com medalha de prata.

    Em 2023, novamente os azeites Milonga Arbequina, Arbequina / Coratina e Koroneiki foram destaque, desta vez os três com medalha de ouro: “esse foi o primeiro ano da fábrica com equipamentos novos. Essa conquista mostra a qualidade que temos. Todos os três azeites que colocamos ganharam medalha de ouro, cada um com um perfil diferente”, comemora Christian Vogt.

    Informações para a Imprensa:
    Lucia Porto e Pedro Del Fabro
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